Meditando na Palavra
Eu estou com Deus e Deus está comigo !
Enquanto os tiros de dezenas de soldados inimigos passam e
as bombas explodem, Chirrut Imwe caminha lentamente em campo aberto. Cego há
muito tempo, o soldado da Aliança Rebelde anda em meio aos disparos agarrado
apenas em seu bastão e sua fé. Apesar dos gritos desesperados de seus amigos
para desistir, a mente de Chirrut não escuta nada além de sua oração... “Eu
estou com a Força e a Força está comigo”.
Repetido incansavelmente, o mantra
que simboliza sua grande fé fortalece seus passos e o acompanha enquanto ele
chega intacto ao posto de comunicações e consegue cumprir seu destino. O
guerreiro acaba sendo fundamental dentro da Batalha de Scarif, responsável por
obter os planos de construção da Estrela da Morte e proporcionar esperança à
Galáxia diante da ameaça crescente do Império.
A história é fictícia e pertence a
“Rogue One”, filme derivado da franquia Star Wars. Mesmo assim, não há quem
assista a seus desdobramentos e não se impressione com a dedicação e a fé de
Chirrut Imwe em relação à Força, sua religião e crença máxima. E tudo isso faz
pensar se a Força realmente o protegeu daqueles disparos em Scarif e em várias
outras situações ao longo da história. Difícil acreditar que não.
Mas por que tudo isso? Por que falar
de um crente cego de uma galáxia muito distante? Porque Chirrut Imwe mostra ter
com a Força uma conexão profunda e verdadeira, mas ao mesmo tempo não é um fanático
desvairado como alguns religiosos de hoje. Ele sabe que está com ela e que ela
está ao seu lado o tempo todo. E isso o faz ser melhor.
E nós? Cremos em Jesus Cristo.
Sabemos que ele está conosco o tempo todo? É fácil responder “sim” a esta
pergunta. Mas será que a resposta é verdadeira?
Pedro viveu com Jesus. Viu tudo o
que ele fez. E mesmo assim vacilou quando o mar estava tempestuoso. Quando a
tempestade estava forte, todos ficaram aterrorizados no barco enquanto Jesus
dormia. Será que não confiavam em quem estava ali com eles? Somente Jesus
Cristo repousava tranquilo porque sabia quem estava com ele. Somente ele vivia
o texto de Deuteronômio 31.6, que diz “Não tenham medo nem fiquem apavorados
por causa destas coisas, pois o Senhor, o seu Deus, vai com vocês; nunca os
deixará, nunca os abandonará".
Deus está conosco em todos os
momentos. Seu Espírito permanece aqui e nos acompanha constantemente. Jesus
disse que estará conosco todos os dias até o fim dos tempos (Mateus 28.20). Por
quê será que é tão difícil vivermos isso?
Chega a ser um clichê bíblico o
primeiro versículo do salmo 23: “O Senhor é meu pastor e nada me faltará”. Nada
mesmo, nem a montanha de dúvidas sobre isto. A incerteza nos corrói e nos faz
duvidar na primeira dificuldade. E Pedro é testemunha de que, quando a dúvida
aparece, afundamos. Mesmo com Jesus estando a meio metro de distância.
Precisamos fortalecer nosso espírito
e nos revestir da famosa armadura da fé (Efésios 6), com muita oração e
preparação, para que as dúvidas fiquem esparsas e diminuam cada vez mais. Deus
disse a Josué para ser forte e corajoso, não ter medo e nem desanimar, porque
estaria com ele em qualquer lugar para onde fosse (Josué 1.9).
E é a mesma coisa que ele sussurra
para nós todos os dias. Precisamos afinal entender que Deus está sempre
conosco. Se alguém se afasta, não é ele. Somos nós. Ele está sempre de braços
abertos esperando nosso abraço e pronto a andar ao nosso lado mesmo nos
caminhos mais escuros.
Quando finalmente entendermos isto,
teremos paz. Aquela certeza reconfortante de que não estamos sozinhos e alguém
está ali lutando conosco. E alguém muito forte, por sinal. Nada acontece sem o
conhecimento de Deus e se entregarmos tudo a ele com confiança, tudo correrá
bem, pois é ele que sabe os pensamentos que tem sobre nós. E são pensamentos de
paz (Jeremias 29.11).
E no momento em que alcançarmos essa
paz, enfrentaremos as provações da vida com a mesma serenidade e tranquilidade
do guerreiro Chirrut Imwe, que avançava sobre o exército inimigo dizendo a seus
parceiros: “Eu nada temo. Tudo ocorre conforme os desígnios da Força”.
Por Rafael Cecílio de Moura Silva.
0 comentários: